sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Laranjeira de Mário Quintana




Meu amigo,
obrigado por estar comigo.
Assim, em umas palavras.
Obrigado por não poder me ouvir.
Por apenas me falar num poema,
e depois em silêncio sair.

Sair de mim.

Agradeço-lhe, por sua bengalinha comunicar-me coisas.
Daquelas que não cabem explicações.
Por seu sábio conselho que me ajudou
a descascar o tempo, como faria a um amendoim.

Horas que saem de mim.

Pela modéstia no punho.
A simplicidade que confunde o mundo.
Pelo seu fio telegráfico que a outros confortou,
serenamente a espera de certa andorinha...

Em mim caminha.

Obrigado pelo suco melado da poesia.
Pelo fruto que nasce, cai e morre.
Que em mistério ressurge.
Que engana sem mentir.
Que esconde sem fingir.
Que amedronta sem temer.
Que faz ferida sem doer.

Letras ao poeta que nasceu!

E bem tinhas razão,
“a saudade é o que faz as coisas pararem no tempo”.
E se não viram, não perceberam,
do que disse bem baixinho...
Foi só distração de quem leu.

Fique em paz, passarinho...

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