sexta-feira, 23 de abril de 2010
A Chuva
O poeta sentiu sono e foi dormir.
Deixou pra depois umas palavras
e aventurou-se num sonho.
Uma chuvinha caía e levou-o a tempos antigos.
Uma chuvinha que o levou nos sonhos dos seus dias...
Uns sonhos sem fim, como uma chuvinha que molha
os pensamentos mais afáveis para uma memória.
Ficaram suas palavras numa calçada.
Fugiram pela janela na noite.
Esqueceu-se, e elas foram embora,
em boa hora!
Pois quais palavras de um verdadeiro poeta,
ainda que durma, por aí nas ruas, não se demoram?
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