quarta-feira, 24 de março de 2010

Para a Velha ao Lado




Ela mora sozinha, parece triste.
Mas uns risos isolados em instantes inesperados,
põem sua agulha no novelo, e a quem ouve, põe dúvidas.
A casa mal rebocada pede o velho que deve ter ido pelos anos.
Dele ali restaram apenas o cachimbo, o chapéu, a saudade do cavalo,
e uma identidade velada num bule de café.
Era assim, o mesmo ritual na manhã e na tarde...
Ela o recebia com os olhos de moça dos anos passados.
Por entre um portãozinho e umas flores de jardim,
hoje ela ainda o leva na saudade.
Refletindo-o ali, nas vidraças dos mesmos olhos...

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