quarta-feira, 24 de março de 2010
Um Menino nos Nasceu
Um recado luminoso cortou o céu nessa noite. Um bilhete em forma de estrela conduziu os magos a um lugar distante. Humanamente pobre, riquíssimo em significado. As palavras não possuem capacidade de traduzir o que aconteceu ali, naquela noite.
Não pôde existir resistência, todo esforço era pouco para poder encontrá-lo.
Hoje, tanto tempo se passou, e sinto algo em mim que me religa diretamente aquele acontecimento. Tento imaginar como foi aquela viagem dos magos. Descrevê-la, seria talvez uma forma de ocultar fatos indescritíveis, melhor deixá-los no segredo do coração. O que posso dizer, é que uma estrela brilhou...
Os olhares não puderam se desviar daquela faísca no céu, a lembrá-los do menino.
Ele é também hoje, a razão dessa minha viagem. Deixei o ocidente e fui pra Belém vê-lo nascer. Mas nesse lugar? Entre animais em uma estrebaria, na plenitude dos tempos. O mistério dos mistérios me faz ainda amar-te mais.
O sorriso de sua mãe tendo-o ao colo do peito. Ternamente amando-o no olhar, como seu cuidadoso pai, me dizem que a salvação foi um dia, uma pequena criatura indefesa. Indefesa? Se ele é quem nos veio defender?
Diferenças. Entre significados e estrelas, continentes e modernidade que ajudam o entendimento a captar o verdadeiro, o sentido, a chama que daquela noite não se apagou.
Não é dezembro ainda. Dessa vez, parece que o natal chegou antes do tempo. Será que agora eu é que estou pleno, ou outra estrela como aquela me conduziu num sonho?
Esse tempo vive. Misteriosamente não passa, renova-se no coração de quem quer acompanhar o nascimento de Deus aqui.
Desde menino aprendi a amar o natal, e me alegrar com essa época. Às vezes penso o que traz essa presente paz, esse toque de eternidade, essa serena felicidade nesses dias.
Seria a chegada do bebê, a Sua presença? Não poderia o natal não ter um fim e estender-se a todas as épocas?
Assim ele nos faria sempre sonhar, olhar estrelas, e saber nelas um convite. Viver intensamente um constante nascimento, um parto sem dor. Teríamos uma inconsumível saudade, uma cantata de natal em que os anjos junto conosco celebrariam, uma história eterna e inigualável história de amor.
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